Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor




Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor.

Esta é uma data simbólica para a literatura mundial, tendo sido escolhida pela Organização das Nações Unidas para celebração global de uma das mais gloriosas produções do Homem – o LIVRO -, encorajando todos à (re)descoberta do prazer da leitura, sublinhando o respeito que o livro nos merece e relembrando o valor da literacia como meio privilegiado de qualificação e dignificação do ser humano.

Homenagear o livro é, cada vez mais, um dever, uma necessidade, um imperativo moral e ético.

Homenagear o autor é reconhecer-lhe a grandeza da criatividade e assegurar-lhe os direitos inalienáveis

“O Direito de Autor não é uma taxa é o salário dos Autores.
A Defesa do Direito de Autor é a garantia da defesa do património e dos valores culturais”,
Sociedade Portuguesa de Autores
(Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos aprovado pelo Decreto-Lei nº 63/85, de 14 de Março, e alterado pelas Leis n.º s 45/85, de 17 de Setembro, e 114/91, de 3 de Setembro, Decretos-Lei n.ºs 332/97 e 334/97, ambos de 27 de Novembro, e pelas Leis n.ºs 50/2004, de 24 de Agosto, 24/2006, de 30 de Junho, e 16/2008, de 1 de Abril) e internacional (Convenção de Berna de 1886 e Convenção Universal de 1952, revistas em 1971).

A Biblioteca da Ajuda associa-se a esta data, com sentida alegria, transcrevendo uma cantiga do Cancioneiro da Ajuda, “a mais antiga colecção de poesia lírica (finais do século XIII, princípios do século XIV) chegada até nós e representa a transcrição de parte substancial das cantigas d´amor dos trovadores galego-portugueses”:

Senhor fremosa, grand'enveja hei
Vasco Praga de Sandim

Senhor fremosa, grand'enveja hei
eu a tod'home que vejo morrer;
e segund'ora o meu conhocer
enquant'est'é, faço mui gram razom:
ca hei por vós eno meu coraçom
tam gram coita, que mil vezes me tem,
senhor, sem fala e sem tod'o sem:
e nom vos queredes de mim doer!

Pero, senhor, ũa rem vos direi:
com tod'est'ora nom hei eu poder,
per bõa fé, de nulh'enveja haver
a nulh'home de quantos vivos som,
mais faç'eu esto porque sei ca nom
vive nulh'home que de vós mais bem
haja de mi - que nom hei de vós rem
senom quant'ora m'oístes dizer.

E porque sei tam bem, per bõa fé,
que nom sei cousa no mundo melhor,
que já, entanto com'eu vivo for,
nulha cousa nom me pode guardar
daquesta coita que levo levar,
se eu de vós algum bem nom houver;
e o que m'ende guardar nom poder,
já me nom pod'en al prestar, senhor.

Ca esta coita, senhor, tam grand'é
com'eu vos dixe já, o[u] é maior
- e bem creede que nom é mẽor.
E ora, por Deus, que vos fez falar
mui bem, senhor, e mui bem semelhar,
doede-vos de mi, se vos prouguer;
e se o fezerdes, já foi molher
que xe pensou de sa alma peor.

                   

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